A Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos constatou que houve aumento no valor do conjunto de alimentos básicos, entre os meses de abril e maio, em 11 das 17 capitais brasileiras pesquisadas. O levantamento é feito mensalmente pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE).
As maiores elevações ocorreram em Porto Alegre (3,33%), Florianópolis (2,50%) e Campo Grande (2,15%). Já as capitais que mais sofreram quedas foram Belo Horizonte (-2,71%) e Salvador (-2,67%).
No período, Fortaleza também oscilou para baixo, registrando queda de -0,67% no valor da cesta básica, que atualmente está valendo em média R$ 709,90. Porém, a variação dos últimos cinco meses aponta que Fortaleza é a quarta cidade do país com mais alta no país este ano, com elevação de 12,61% no valor do conjunto de alimentos que compõem a cesta básica.
Ainda de acordo com o DIEESE, em maio, o tempo médio que o trabalhador necessitou trabalhar para adquirir os produtos da cesta foi de 110 horas e 31 minutos, duração menor do que a média de maio do ano passado, que foi de 113 horas e 19 minutos.
Comparando o custo da cesta básica com o salário mínimo líquido, que é o valor bruto da remuneração menos o desconto de 7,5% da Previdência Social, percebe-se que o trabalhador que recebe o mínimo comprometeu, em maio, 54,31% do seu rendimento para adquirir produtos alimentícios. Ou seja, mais da metade do tempo trabalhado foi usado para a alimentação.
A realidade da maioria dos comerciários não é muito diferente. Levando em consideração o piso salarial de trabalhadores de empresas com mais de 10 funcionários em Fortaleza, que é de R$ 1.550,60, o comerciário fortalezense gasta 45,7% da sua remuneração somente para itens alimentícios como café, leite, arroz, feijão, carne bovina, tomate e batata, que compõem a cesta básica.
O salário mínimo atualmente ainda está bem distante do valor que deveria ser no país. Segundo o DIEESE, o salário mínimo necessário para manter uma família com quatro pessoas deveria ser em média R$ 6.946,37. Atualmente, o salário mínimo nacional é R$ 1.412,00.