Em setembro de 2024, 14 capitais brasileiras registraram redução no custo da cesta básica, enquanto 13 observaram aumento, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Além de Fortaleza, com queda de 2,31%, destacaram-se Goiânia (-3,07%) e Recife (-2,72%).
Por outro lado, algumas capitais enfrentaram altas, como Porto Alegre, com aumento de 1,80%. Essas variações refletem diferentes dinâmicas regionais, como oferta de produtos agrícolas e condições climáticas. O relatório também aponta que, nas capitais onde o custo caiu, o tempo de trabalho necessário para adquirir a cesta também diminuiu.
Preços mais baixos
Com a redução em Fortaleza, o custo final da cesta básica ficou em R$ 615,92. Essa queda coloca a capital entre as principais que registraram redução no país. O tomate foi o item com maior baixa, caindo 21,76%, devido ao aumento na oferta gerada pelas condições climáticas favoráveis. Outros produtos também apresentaram redução, como óleo de soja (-6,10%) e açúcar (-4,37%). No entanto, o feijão teve alta de 3,35% no período. A jornada de trabalho necessária para adquirir a cesta foi de 95 horas e 58 minutos.
A variação acumulada nos últimos 12 meses, também mostra que Fortaleza obteve uma redução de 3,83%, contrastando com o cenário de alta em outras capitais. O relatório destaca ainda que, para comprar a cesta, o trabalhador comprometeu 47,16% do salário mínimo líquido, o que reflete uma leve melhora no poder de compra, principalmente em comparação com outros meses.
Esses resultados apontam uma desaceleração dos preços dos alimentos na capital cearense, beneficiando especialmente as famílias de baixa renda, que dedicam uma parcela maior de seu orçamento para itens de alimentação.
Salário Mínimo Ideal
Com base na cesta mais cara, que, em setembro, foi a de São Paulo (R$ 792,47), e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deva ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o DIEESE estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário.
Em setembro de 2024, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 6.657,55 ou 4,71 vezes o mínimo de R$ 1.412,00. Em agosto, o valor necessário era de R$ 6.606,13 e correspondeu a 4,68 vezes o piso mínimo. Em setembro de 2023, o mínimo necessário deveria ter ficado em R$ 6.280,93 ou 4,76 vezes o valor em vigor na época, que era de R$ 1.320,00.