O Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, vai muito além de uma data comemorativa. Ele representa um momento crucial de reflexão sobre o legado da escravidão e as consequências históricas que persistem até hoje, manifestadas no racismo estrutural. Esse racismo, que está entranhado nas instituições e nas relações sociais do país, perpetua a desigualdade de oportunidades, especialmente para a população negra.
O racismo estrutural refere-se às formas sutis e institucionalizadas de discriminação que impedem o acesso da população negra a direitos básicos, como educação de qualidade, saúde e empregos dignos. No ambiente de trabalho, essas barreiras se manifestam em diferenças salariais, na baixa representatividade em cargos de liderança e na dificuldade de ascensão profissional.
Nesse contexto, o movimento sindical desempenha um papel vital. Prova disso é o Sindicato dos Comerciários de Fortaleza e Região, que atua também como agente de transformação social e, mais ainda, no combate ao racismo estrutural, promovendo ações que garantam a inclusão, a equidade e o respeito à diversidade. Isso inclui:
- Campanhas de conscientização sobre o impacto do racismo no ambiente de trabalho.
- Formação e qualificação profissional da população negra para que tenham mais oportunidades de ocupar cargos qualificados.
- Apoio a políticas de cotas e outras medidas afirmativas que visem reparar a histórica exclusão da população negra do mercado de trabalho formal.
- Fiscalização de práticas discriminatórias nas relações de trabalho e combate ao assédio moral e racial.
A sanção do feriado nacional pelo presidente Lula em 2023 foi um avanço importante para dar visibilidade à luta contra o racismo e reforçar a necessidade de discussões sobre justiça social e igualdade racial. No entanto, o combate ao racismo estrutural exige mais do que leis: requer mudanças profundas nas práticas e mentalidades dentro e fora dos ambientes de trabalho.
Neste Dia da Consciência Negra, o Sindicato dos Comerciários de Fortaleza e Região reafirma seu compromisso com a promoção de um ambiente laboral mais inclusivo, onde todos os trabalhadores, independentemente de cor ou raça, tenham igualdade de condições para crescer e se desenvolver.
A luta pela consciência negra é, portanto, uma luta contra as bases que sustentam o racismo estrutural no Brasil. Ela exige unidade, resistência e educação, para que possamos construir uma sociedade onde a cor da pele não determine o futuro de ninguém.20