O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou, no dia 1º de outubro, o Projeto de Lei nº 1087/25, que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês a partir de 2026.
A votação foi unânime: 493 votos favoráveis e nenhum contrário, e representa uma das maiores mudanças na tabela do IR dos últimos anos. O texto prevê isenção total para pessoas com renda mensal de até R$ 5 mil – ou R$ 60 mil ao ano – e desconto para quem ganha até R$ 7.350 mensais.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comemorou a aprovação:
“Uma vitória em favor da justiça tributária e do combate à desigualdade no Brasil, em benefício de 15 milhões de trabalhadoras e trabalhadores brasileiros. A Câmara dos Deputados deu hoje um passo histórico na construção de um Brasil mais justo ao aprovar projeto encaminhado pelo nosso Governo de zerar o imposto de renda de quem ganha até R$ 5 mil por mês e reduzir a cobrança de quem recebe até R$ 7.350, a partir de uma contribuição mínima dos muito ricos”, escreveu no X (antigo Twitter).
Segundo o Ministério da Fazenda, a proposta beneficia cerca de 16 milhões de brasileiros com isenção total ou parcial e impacta apenas 0,13% dos contribuintes mais ricos, que hoje pagam, em média, 2,54% de IR.
O relator do projeto, deputado Arthur Lira (PP-AL), explicou que o Senado terá até três meses para votar o texto. Caso seja aprovado sem mudanças, seguirá diretamente para sanção presidencial, garantindo que entre em vigor a partir de janeiro de 2026, se aprovado até 31 de dezembro deste ano.
Uma conquista da pressão popular e sindical
A ampliação da faixa de isenção do IR não é uma medida isolada do governo federal, ela é resultado da pressão popular e das lutas históricas do movimento sindical e social, que por anos reivindicavam uma reforma tributária mais justa e o fim da defasagem da tabela do Imposto de Renda, que penalizava os trabalhadores e favorecia as grandes rendas.
A proposta ganhou força especialmente após o plebiscito popular pela redução de impostos sobre o trabalhador e taxação dos super-ricos, que demonstrou a vontade da população de ver um sistema tributário mais equilibrado.
Para as trabalhadoras e os trabalhadores do comércio, essa mudança representa alívio no bolso, valorização do esforço diário e mais dignidade. É uma conquista que vai além dos números: é o reconhecimento do papel fundamental da classe trabalhadora na economia do país.
Por isso, o Sindicato dos Comerciários de Fortaleza ressalta que essa é também uma das lutas históricas do movimento sindical: garantir que o trabalhador seja valorizado não só com melhores salários e aumento das comissões, mas também com medidas que ampliem o poder de compra e assegurem justiça tributária.
