O comércio brasileiro empregou cerca de 19,5 milhões de pessoas em 2024, segundo dados do IBGE, sendo que 10,6 milhões têm carteira assinada. Apesar do crescimento dos empregos formais nos últimos anos, grande parte da categoria ainda atua na informalidade, sem direitos garantidos.
A concentração de empregos continua maior no Sudeste, que responde por metade das vagas, mas foram o Norte e o Nordeste as regiões que mais geraram novas oportunidades formais recentemente. A média salarial do setor é de R$ 2.692,50, mas persiste desigualdade: mulheres ganham 13% menos que homens, e trabalhadores do varejo recebem menos que aqueles de atacado ou comércio de veículos.
Outro indicador que tem mudado é a escolaridade: 70% dos comerciários têm ensino médio completo, e muitos já concluíram o ensino superior. Apesar disso, a jornada de trabalho permanece longa, com a maioria atuando 44 horas por semana ou mais, enquanto gerentes chegam a 48 horas.
Nos últimos anos, os reajustes salariais começaram a superar a inflação, mas os ganhos reais ainda são modestos. O setor cresceu significativamente em receita, especialmente em farmácias, veículos e supermercados, mas nem todos os trabalhadores sentiram esse crescimento no bolso.
Para especialistas, o futuro pode trazer melhorias, com queda da inflação, programas sociais e a reforma do Imposto de Renda, que devem aumentar a renda e estimular o consumo. No entanto, para que o comércio se torne mais justo e seguro, é preciso fortalecer a negociação coletiva e garantir que a riqueza gerada seja distribuída de forma mais equilibrada.
A mensagem final é clara: a união e a mobilização dos comerciários continuam sendo fundamentais para combater a informalidade, reduzir desigualdades e conquistar direitos que garantam segurança, valorização e qualidade de vida.
