Governo reafirma posição pelo fim da escala 6×1 e destaca importância do tempo de descanso do trabalhador

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Nesta terça-feira (2), o debate sobre a escala 6×1 ganhou novo destaque em Brasília. A Ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, reafirmou publicamente que o governo federal mantém sua posição favorável ao fim da escala de seis dias trabalhados para apenas um de descanso, uma reivindicação histórica do movimento sindical e de diversas categorias profissionais.

Ao falar com jornalistas, Gleisi ressaltou que a discussão não se resume a números ou à simples redução de carga horária. Para ela, é fundamental reconhecer que “existe vida além do trabalho”, destacando que o trabalhador precisa de tempo real de convivência familiar, lazer, cuidados pessoais e resolução de questões cotidianas, direitos básicos que, segundo a ministra, ficam comprometidos dentro da atual estrutura de jornada.

A ministra reforçou ainda que o governo defende um modelo mais equilibrado:

  • Escala máxima de 5×2, garantindo mais fins de semana de descanso;
  • Redução da jornada para 40 horas semanais, já coerente com a média atual de horas trabalhadas no país.

No mesmo dia, o deputado Luiz Gastão (PSD-CE) apresentou seu relatório sobre o tema, propondo a redução para 40 horas semanais, porém mantendo a escala 6×1, o que gerou reação imediata entre as lideranças governistas e sindicais.

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Guilherme Boulos, afirmou que o governo foi surpreendido pelo texto e reiterou que a defesa do fim da escala 6×1 faz parte do compromisso assumido pelo presidente Lula. Segundo ele, essa pauta seguirá sendo defendida “no Parlamento, na sociedade e nas ruas”.

A discussão contou ainda com a participação de parlamentares alinhados à defesa dos direitos trabalhistas, como Reginaldo Lopes, Daiana Santos, Érika Hilton e Paulo Paim, que reforçaram a necessidade de um avanço real na legislação que garanta descanso digno e melhores condições aos trabalhadores.

Para o governo, a proposta deve refletir as demandas sociais apresentadas por trabalhadores em todo o país — especialmente porque o modelo 6×1 limita fortemente o tempo de recuperação física e emocional, impactando saúde, convívio familiar e qualidade de vida.

O debate agora segue no Congresso, mas a posição do governo permanece clara: não há espaço para retrocessos. A pauta precisa garantir uma jornada que respeite a dignidade de quem sustenta a economia brasileira.